Escrita social como resistência, luta e o fazer cultural

Por Ana Victória Costa da Silva

Os sujeitos antes de terem seu primeiro contato com a Língua Portuguesa, com a grafia e os fonemas, seu contato é visual, a leitura que fazemos é a de mundo, um letramento da realidade só que sem a sistematização das letras correspondendo às regras.
A escrita como resistência parte desse pressuposto, o que sinto, o que vejo e o meu desejo de escrever sobre algo e ser ouvido por palavras não ditas mas lidas causando espanto, curiosidade, emoções a quem estiver recendo o recado lido.
Comecei pelas emoções após um final de ciclo amoroso com crônicas a fim de suprir aquilo que não conseguia expressar, foi a melhor ideia e não no sentido de lucrar mas perceber que se eu fiz, escrevi e me fez bem, outro pode tentar também.
Iniciei os estudos em 2019 no curso de Ciências Sociais e muito do que eu ouvia e comecei a refletir ou debater, me fizeram perceber que ou você vive em uma bolha que a sua situação econômica constrói ou você cria uma mesma sem o poder aquisitivo que te falta.
Então, eu havia criado uma bolha dentro do meu existir na sociedade e vivendo nela por conta dos preconceitos entre aspas formados por uma criação e influência de uma sociedade capitalista e patriarcal que dentro do meu país também teve influência pois ela não se inciou dessa forma, foi um processo histórico e depois econômico de tentar modernizar, começa pelos padrões europeus e perpetua com o sonho americano e se espalha pelo conhecer novas culturas em diversos segmentos e setores do conviver social.
Mas que exemplos eu posso ter para desenvolver uma escrita de resistência ou crítica?
Vejamos Gilberto Freyre que trouxe ensaios sobre o Brasil e sua formação e a relação dos senhores, escravos e povos indígenas, mas principalmente as consequências da casa grande nos dias de hoje, a qual carregamos fisicamente e difunde no psicossocial.
Que tal a história de meninos correndo as ladeiras do Vitória na Bahia, meninos que no final de sua história como Pedro Bala de Capitães de Areia, obra do maravilhoso Jorge Amado que almejava lutar pelos pobres meninos e a sociedade marginal esquecida pela justiça e com fome de direitos.
Mas há quem goste das coisas fúteis e melancolia, que tal madame Bovary de Gustave Flaubert, moça do campo com sonhos burgueses, comete adultério e tenta se matar, hoje seria nós e as relações com empréstimos e créditos, se houver crédito. Dou esses três exemplos pois quero que vejam que não é a história a transmitir uma mensagem mas o escritor por trás dela.
Mas como resistir?
Carolina Maria de Jesus, é um exemplo mesmo presa e acusada de injustamente, por ter roubado um padre, ela e sua mãe e pasmem acusada de feitiçaria porque confundiram seu dicionário com um livro de São Cipriano. Mas foram as situações pela sua cor, a favelada que descreveu o descaso com os marginalizados principalmente como descreve que a “Favela é o quarto de despejo de uma cidade”, e quem são jogados ali? Ela responde que os pobres.
Gramsci, tem algo a dizer sobre a relação da cultura e da política e como são vistas essas propostas, iniciei dando exemplos e nesses exemplos há tempos e sociedades diferentes mas todas com problemas sociais e diferenças de classe e isso se dá desde a publicação de um livro até seu conteúdo uma ligação com a sociedade burguesa e política estatal. No entanto, esses autores ousaram nas críticas e em mostrar a situação do proletariado porque a cultura seja na escrita, na dança ou em outro fazer artístico ela tenta quebrar a hegemonia nos conceitos tradicionais e de uma hegemonia da classe dominante.
O que essas narrativas mudam e como podem ser utilizadas? Na escola e nas universidades para reconte, como recorte para estudo das ciências sociais, posso construir novas narrativas com outras perspectivas também para apresentar uma manifestação cultural ou uma ideia, como estudo de caso judicialmente, quantas escolas e professores de história não fizeram o julgamento de Getúlio Vargas? Ou fazer os apontamentos característicos dos personagens e agentes da situação, desvendá-los como a série Criminal Minds.
Como luta? Posso criar boletins, meios para divulgar minha proposta como interver nas situações sociais e abrir caminhos para companheiros de luta ou apenas para reflexão.
Tudo que você escrever, fizer dentro de qualquer âmbito haverá alguém refletindo sobre seu ponto de vista ali colocado em um papel ou em ação e será espelho para reflexão de outro sujeito. Uma escrita social precisa ser clara e compreensível a todos, quebrar a hegemonia e as barreias que nos dividem em classes e ser disponível o acesso à cultura da leitura e todos os fazeres artísticos pois se o Estado é um aparelho que só pertence a classe dominante se torna inviável o meu fazer cultural enquanto escritora pois eu preciso publicar e há um custo, preciso ler, preciso de papel e revisões e por isso muitos do meio cultural procuram alternativas ou vivem à espera de editais para concluírem seus projetos.
A cultura, a escrita,não deixa de ser política, somos sujeitos políticos,contribuindo e desenvolvendo regras nos diversos núcleos e escrever,é uma forma de resistir.

Mundo Cotidiano

Por Valdez Malta


O sonho de viver momentos de glamour acabou-se !
Esvaziou-se, desvaneceu…
Sonhar com as luzes, o saber; o ser
Acabou-se!
Ficou o “duro” cotidiano… O dia-a-dia; as mesmices,
Olhares não correspondidos,
Amores não correspondidos,
Gestos não correspondidos
Sentidos sem sentido.
Resta o tudo do “nada” cotidiano
O Trânsito, a fala (demasiada)
O dito não dito
Tudo, e o maldito
Resta eu!!

Tarefas da inteligência maranhense Por John Kennedy Ferreira

TAREFAS da INTELIGÊNCIA MARANHENSE
Reflexões sobre as eleições de Reitor da UFMA e a Situação social marenhense

O bolsonarismo traduziu a sociedade brasileira e ao mundo, um Brasil profundo, selvagem, desumano. O Bolsonarismo é uma autobiografia do Brasil: genocídio de indígenas; perseguição às mulheres e gays; matança de negros e o estrangulamento dos direitos dos trabalhadores e de suas representações.
Frente a esse cenário de destruição do Estado Nação, surgiu uma FRENTE AMPLA encabeçada pelo gigante Social-Liberal Lula e o conservador, Geraldo Alckimin.
A situação das Universidades e da UFMA
O conhecimento, a universidade, as tecnologias e a ciência foram atacadas com furor sanguinário por bolsonaristas, o corte de quase 70% de verbas é um dado inegável dessa sanha política.
As universidades que tiveram reitores bolsonaristas empossados conheceram a presença de militares em reuniões de departamento, a espia constante de reuniões estudantis e de funcionários. Ao longo disso, verbas eram cortadas, prioridade aludidas a EAD, pesquisas e bolsas negadas, professores, técnicos e alunos perseguidos, propostas de voltas as aulas presenciais em plena pandemia!
Nada disso aconteceu na UFMA!!!!
o Reitor Natalino Salgado é um pensador conservador e autoritário, mas obstante isso, teve um comportamento de tímida indisposição com as políticas bolsonaristas. Em 2018, foi um dos raros políticos conservadores que apoiou Fernando Haddad mesmo quando era claro, a todos, que a derrota seria iminente. Repetiu o feito em 2022, apoiando Lula e Alckimin. Igualmente manteve apoio ao Colégio de Reitores no seguimento as suas diretrizes quanto a educação e a pandemia, não rompeu com o Colégio de Reitores, quando os bolsonaristas criaram uma outra associação.
A postura autoritária na reforma do Estatuto adequando a PEC 32 (não votada), que pode, simplesmente pode, ser revogado por um novo reitor ou por processo civil, é notadamente parte da sua política conservadora. Mas até agora, a BNCC não foi discutida como deveria e tampouco a reforma do ensino médio, revogadas pelo Governo. Mas ninguém vai acusar Camilo Santana de ser fascista ou bolsonarista.
Os professores das universidades, onde tem reitores bolsonaristas, terão que lutar muito para superar e mandar de volta para as casernas os militares, as deleções, as perdas de autonomia, as perseguições, revogar exonerações. Neste caso, uma Frente Ampla é justificável e necessária.
Na UFMA, a liberdade de crítica, a liberdade de opinião, de produção intelectual, de reunião e associação não foram em nenhum momento tolhidas. A negação a ciência, como ex: apoio a cloroquina, cultos evangélicos nos campi e outros absurdos, não ganhou espaço nem tiveram apoio institucional.
Portanto, acreditamos que o debate sobre a reitoria deve ter outro viés. Perguntamos, qual é a concepção de Universidade, qual é a concepção de ensino, qual é a dotação orçamentária e a sua alocação, qual é a posição sobre as licenciaturas, bacharelado, pós graduação, funcionamento dos laboratórios e das bibliotecas, segurança na UFMA, desenvolvimento da ciência e tecnologia, transporte, moradia estudantil, futuro e mercado futuro para os formandos, posição sobre a reforma do Ensino Médio e BNCC, funcionamento dos campi, salários, terceirizados e limpeza pública, concursos públicos, refeitórios, desenvolvimento do Estado e da sociedade maranhense?
Tendencias diversas hegemonizadas por alegorias psicológicas, somaram-se numa “repetição” da Frente Ampla Lulista, juntaram numa mesma sala setores ligados ao PSTU, PSOL, setores do PT, estudantes ligados ao DCE indo até a uma ex pró-reitora, da gestão natalinista por doze anos. Tudo isso para combater o natalinismo que segundo a visão, é continuidade do fascismo bolsonarista, na UFMA.
Para realizar tamanha ginástica política, tem que apagar a realidade e os fatos, apagar o Colégio de Reitores, as iniciativas de combate a pandemia, a participação no Consórcio Nordeste, tem que apagar a existência de liberdade de opinião, apagar os votos em Haddad (2018) e Lula (2022). Tem que apagar a realidade e esquecer a própria inépcia frente ao Real.
Penso, logo insisto: os problemas da universidade são de outra monta e exigem um programa político, claro e prático. Exige um debate sobre o futuro do Maranhão e do Brasil que encante as pessoas e os setores da UFMA, que trate de desenvolvimento econômico e social, que sinalize como combater a desigualdade a pobreza e a fome. Que aponte outro futuro que não seja mais do mesmo.
Desta realidade observamos dois assuntos que ficam subsumidos dentro da “ideologia de ocasião”: 1) a Universidade em seu lato sensu é o espaço de reprodução das políticas das camadas e classes dominantes, há no seu seio, setores que representam e criam as políticas para o funcionamento do mercado, das empresas, do aproveitamento social desenvolvimento científico e tecnológico para o Capital, além de dotar a sociedade capitalista, de mão de obra qualificada; 2) no seu cerne, a universidade não está apartada da Luta de Classes, mas expressa através de seus principais atores relações ambíguas, que são melhor traduzidas em Gramsci no seu debate sobre a situação Meridional: nesta, a função dos intelectuais seria de duas montas, unir-se aos grupos dominantes (da terra, dos bancos, Indústria, comercio exportador e importador etc), ou expressar-se através dos interesses intermediários, unindo-se em certas ocasiões a setores contrários ao Capitalismo.
Compreendemos Natalino, como expressão do primeiro grupo. Ele e seu grupo de poder, representam a relação com os grandes capitais maranhenses, nacionais e internacionais, tanto na relação de sua ascensão empresarial como no escopo de suas alianças políticas.
Sua base material, manifesta através da candidatura de Fernando Carvalho, conta com o apoio do Governador Brandão (PSB), do Vice Governador, Camarão (PT) do senador Dino (PSB) e atrai apoio engajados entre os partidários do PSDB, PSB, PT, PCdoB e de outros setores da sociedade civil.
expressa uma política focada no desenvolvimento do mercado exportador de comodities com a construção de portos e estradas para o escoamento da produção agrária, gás, petróleo e de minérios, gerando em longo de 10 anos (2020 a 2030) um faturamento de 59 bilhões de dólares e um montante de 4 mil empregos (FIEMA)
Por seu turno, os membros da suposta Frente Ampla, se encontram numa saia justa, além de não apresentarem uma relação clara com a sociedade e a universidade, limitam-se a uma crítica sem conteúdo tingida de subjetivismo e ressentimento.
Não raro reproduzem no seu affair os mesmos traços culturais que criticam no natalinismo, o autoritarismo. E. ademais, são na maioria do mesmo círculo cultural: frequentam os mesmos lugares, não raro, tem o mesmo sobrenome etc. O fato de serem formados por setores médios, os coloca sempre nesta ambiguidade ou seguem a oligarquia ou os críticos do capitalismo.
Como exemplo, salientamos que nos estertores da ditadura militar e no ascenso do movimento operário e camponês, nos fins da década de no 1970 e durante a década de 1980, esse grupo de intelectuais ligou-se as lutas camponesas e cumpriu um verdadeiro papel inovador na sociedade maranhense, apoiando lutas por melhorias salariais urbanas, lutas da juventude e dos estudantes, atividades culturais, associativismo sindical e a luta pela reforma agrária capitaneada pelo Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural (CENTRU). Com a debacle e a crise do movimento socialista e trabalhista iniciada em 1990, este setor perdeu o eixo político, não acompanhou o aggiornamento realizado pelo PT e o movimento sindical, ligando-se a uma trajetória esquerdista e moralista deslocada da realidade concreta.
Até agora, foram incapazes de apresentar um projeto alternativo, de união ou formular qualquer política que justifique a existência real de uma suposta “frente Ampla”.
A realidade que devemos discutir
Recentes prospecções constataram uma bacia de 46,3 bilhões de metros cúbicos de gás no vale do Parnaíba e também algo em torno de 30 bilhões de litros de petróleo na costa maranhense (margem equatorial que vai do litoral do RN ao AP). Isso se soma a 8 milhões de toneladas de ouro, 246 milhões de toneladas de gipsita, além das outras milhares de toneladas de bauxita, calcário, cobre, diamante, opala, urânio e manganês além do mercado em crescimento de energia solar, eólica e de hidrogênio verde. Essa riqueza imensa pode significar uma nova página no desenvolvimento do Maranhão, pode significar um ciclo industrial estruturado e dinâmico.
Porem, o Maranhão é atualmente o estado mais pobre do Brasil, Das 50 cidades mais pobres do Brasil, 40 estão aqui, 50% da força de trabalho está desempregada, 59% dos trabalhadores estão na informalidade, 65% da força de trabalho ganha até R$ 400 por mês, 56% da população de São Luís recebe até R$ 165; 20% vivem com menos de R$ 85,00 por mês e 3% dos maranhenses não têm renda alguma. O Maranhão é também o estado que mais produz mão de obra escravizada. E, 60% da população recebe o Auxílio Brasil e a tem como a única fonte de renda. O Maranhão é o estado onde 57,9% estão entre a miséria e a fome e 17,7% em extrema pobreza. O núcleo central dessa pobreza é o modelo econômico agroexportador O avanço das atividades latifundiárias (agronegócio) com uma velocidade de 5,5% ao ano, o que significa a perda de terra das comunidades camponesas, ribeirinhas, quilombolas e de indígenas. Bastando ver que, desde 1985 até o censo agrícola de 2017, o número de estabelecimentos agrícolas caiu de 531.413 para 219.765. No mesmo processo podemos observar o aumento da violência no campo e o crescimento dos estabelecimentos não familiares detêm – hoje – cerca de 70% das terras aráveis do Maranhão e o tamanho das propriedades também passa por mudanças.
A mecanização das atividades agroexportadoras vem gerando corte dos postos de trabalho. De 2012 a 2021, de 719 mil trabalhadores rurais empregados, reduziu-se para cerca de 200 mil, ou seja, menos de um terço. No censo de 2017, o agronegócio produziu um lucro de R$ 5,3 bilhões sem construir postos de trabalho diretos. O agronegócio e o mercado de commodities geram riqueza e concentração de renda numa pequena parcela da população e perdas de direitos sociais e pobreza no geral. (dados do IBGE, 2022).
Por fim
Um debate sobre a reitoria deve estar distante da “fulanização” e centrar-se no concreto, nos grupos de poder em movimento, nos interesses políticos para além da aparência. Uma instituição como a UFMA, pode apresentar pesquisas e estudos importantes para a dinamização da sociedade maranhense, para a construção de uma reforma agrária ampla, para a modernização da agricultura familiar, para melhorias das vias de escoamento, para uma reindustrialização do estado, para otimização da suas riquezas naturais e a preservação dos povos originários e do meio ambiente e para modernização do seu aparelho administrativo.
Compreendemos assim: o caminho deve ser outro, buscar discutir os temas, aprofundá-los em nível acadêmicos e democratizar o espaço de debate (com estudantes, técnicos e professores), visando construir um projeto (programa) real de universidade e que sirva de referencia a sociedade.

Rachaduras no tempo: bloqueio no censo, compasso e descontento.

Seu alguém sentado em uma praça relembra o texto
elaborado, declina em pensamento a me contar que o mito
da democracia é o que há que nos embranquece e nos
designa pardos de um processo colonizador violento e
com sua neta a cantar a letra da Kaê ‘chamam de pardos
para embranquecer, enfraquecer e desestruturar você pra
não saber de onde veio’ e finaliza a canção ‘ainda
resistimos em tantos tons e vivências’.
34,8 milhões de casos, 688 mil mortes, atualizados dados
em um clique que não chegou ao email da caixa de entrada
da Pzfizer para fechar a compra ou aquele desvio por cada
esperança em um dólar multiplicado. Teresa ao meu lado
lembra: – Eu tive um plantão, ou melhor, não!Eu não
descansei um minuto se quer e vivi toda a angústia e eu
morri também, muitas vezes com pacientes, em corrente
de família que nem era a minha. Finaliza.
Quem cuidou foi abandonado, caímos num fado português,
colonizados outra vez pelo agro que não é ‘tech, não é pop
e também mata’, outra vez Kaê Guajajara, a maranhense
indígena, originária que clama em verso e canção.
As forças e o Estado sabem onde está o garimpo que os
originários tentam se esconder para sobreviver porque a
flecha no ar queima e vira fumaça, o capitão do mato é
diferente, o feitor tem máquinas e o senhor veste terno e
gravata, não dá pra entender o Maranhão que enriquece
com minérios e se esvaia com os navios que atracam e se
vão.
Marcos pensando e pensando não consegue parar até
tentar entender a leitura e de alguma forma associar ao
governo fascista e genocida que nada quis resolver e aí encontramos uma extinta unidade popular diluída
transformada em uma crosta polarizada política falácia
com síndrome do homem cordial, um funcionalismo
patriarcal, um resultado infeliz do modelo agrário
colonizador que sai do seio da família para aprender e
depois se tornar um aristocrata colonial, outra vez,
contemplado com gados e fazendas, marcados dois, dois
no rosto, como feras, os animais.
O padre que não aguenta a tristeza, sabe que a pobreza, é
ver as pessoas passando fome. No Maranhão, 63,3% os
lares nessa condição segundo inquérito nacional sobre
segurança alimentar em uma pesquisa não tão antiga. É
difícil ver o Cajueiro, a Raposa e tantas outras a situação
dos ilhados em uma ilha denominada de amor.
Dona Zefa, permanece no trabalho precário que
“concurseiro” não tem vez, mas maximiza a janela do
esgoto, raivoso, a PEC 32. Sofrem o pobre do novo ao
idoso, os que se opuseram contra sua veracidade distinta
da burguesia, se esquecem que o dinheiro é fruto do
salário, pobre assalariado!
O pós-fordismo, o fundamentalismo cristão, mas as
necessidades básicas não são assistidas e nem dentro de
um plano emergencial quando todo o globo passava e
passa ainda por um estado terminal.
A juventude não poderia estar mais doente também,
critiquem, deixou de ocupar estacionamentos, auditórios e
caiu no brilho destrutível do empoderamento mascarado
de um pensamento livre e pós-moderno que não dá
subsídios de um desenvolvimento íntegro e humano. O
empoderamento vai acabar?A pergunta na verdade é: –
Você conseguiu uma emancipação individual?Certo que
cada ser tem sua individualidade, mas se vive em
sociedade, as narrativas mudam, até a canetada em uma leia é conjunta, seja para o bem ou para o malefício
comum.
Prezo em dizer, que aqui sairão profissionais ou não, então
voltem mais seus olhos para educação, você não vive mais
a ciência sem fronteira, a não ser pelo modo cibernético,
bolsa somente a que carrega nas costas com sono, cansaço
e o desgosto tanto quanto os mestres que junto com a
classe repassam o bloqueio no seu futuro e no bolso deles,
talvez você também seja um mestre, então valorize.
A solução que a história sempre nos dá é que durante as
repressões, a juventude tomou as ruas, trocou livros, bebeu
também o amargo das feridas para que mais tarde se
entregassem as guerrilhas e articulasse independente de
ideologia, partido, o foco é estar vivo, mas não apenas
vivo, mas ter condições para viver seja essa geração ou
futuras, nós, o povo é que deve decidir.
Ana Victória Costa da Silva
25.10.2022

Imperialismo e a questão nacional

A relação do imperialismo e do estado nacional,é a organização das esferas políticas e econômicas,pois são elas que o país imperialista tem interesse tomando territórios como anexos agrários,colônias como meios de produção do capital financeiro e não apenas industriais como anteriormente no capitalismo que tinha concentração na mão de obra e trabalho intenso interno.

Então, é necessário destacar que teve todo um processo do capitalismo industrial até chegar a fase imperialista.As empresas tornam o trabalho intenso,acumulam capitais de forma rápida ,mas ainda há uma concorrência.Há a matéria-prima e a mão de obra, então as empresas que oferecem as duas,unem-se e formam um aglomerado de empresas que se unificar com as funções que interdependiam uma da outra inclusive intelectual pois os que mais são preparados para as mudanças fazem parte dessas grandes organizações massacrando as pequenas empresas que quebram.

Para continuar com todo esse processo é necessário um capital maior e é aí que entra o papel dos bancos ofertando crédito e assim também crescem com as ofertas e empréstimos do Estado arrebatando até correios e lotéricas.

A concentração das empresas é o grande março dos monopólios no capitalismo seja pelo aumento da produção de forma mais intensa ou das integrações que formam diferentes ramos dispondo de matéria-prima e mão de obra e para isso um aperfeiçoamento técnico (LENIN,VI.Imperialismo fase superior do capitalismo.p.118-130).

A produção torna-se social,mas a apropriação continua a ser privada.Os meios sociais de produção continuam a ser propriedade privada de um reduzido número de indivíduos.

O quadro geral da livre concorrência é mantido nominalmente, e o jugo de um punhado de monopolistas sobre o resto da população torna-se cem vezes mais pesado,mais sensível,mais insuportável (LENIN,VI.Imperialismo fase superior ao capitalismo.p.131).

O economista alemão Kestrier em sua obra “ Luta entre os carteis e os outsiders” esclarece como se dava a “organização”:

  1. Privação de matérias-primas (“…um dos processos essenciais para obrigar a entrar no cartel”);
  2. Privação da mão-de-obra mediante “alianças” (quer dizer, mediante acordos entre os capitalistas e os sindicatos operários para que estas últimas só aceitem trabalho nas empresas cartelizadas);
  3. Privação dos meios de transporte;
  4. Fechamento de mercados;
  5. Acordo com os compradores, pelos quais estes se comprometem a manter relações comerciais unicamente com os carteis;
  6. Diminuição sistemática dos preços (com o objetivo de arruinar os “estranhos “, isto é, as empresas que não se submetem aos monopolistas, gastam-se milhões durante um certo tempo para vender a preços inferiores ao do custo: na indústria da gasolina deram-se casos de redução de preço de 40 para 22 marcos, quer dizer quase metade!);
  7. Privação de créditos
  8. Boicote.

(LENIN, VI. Imperialismo fase superior do capitalismo.p.132)

A oligarquia financeira concentra o credito nas mãos de poucos, toma empréstimos do Estado que sujeita a população aos tributos, mas os bancos vão além e começam a exportar o capital através das relações do capital financeiro.

Os cinco traços fundamentais característicos do imperialismo são os seguintes:


1-A concentração da produção e do capital levada a um grau tão elevado de desenvolvimento que criou os monopólios, os quais desempenham um papel decisivo na vida econômica.
2-A fusão do capital bancário com o capital industrial e a criação, baseada nesse “capital bancário “da oligarquia financeira;
3-A exportação de capitais, diferentemente da exportação de mercadorias, adquire uma importância particularmente grande;
4-A formação de associações internacionais monopolistas de capitalistas que partilham o mundo entre si, e
5-O termo da partilha territorialmente entre as potencias capitalistas mais importantes.

(LENIN, VI. Imperialismo fase superior do capitalismo.p.218)

Os monopólios ajudaram na concentração de capitais industriais devido a intensa atividades comerciais, mas com a participação dos bancos dando as empresas um credito ativo, estas passam a ser monopólios financeiros que formam a oligarquia antes mencionada, tem um apoio nacional os grandes países imperialistas que buscam anexações agrarias, tornando nações colônias o capital financeiro em exportação.

Os monopólios que criaram as relações internacionais e que estavam aglomerados tornam-se rivais e com isso uma corrido por domínio de territórios para expandir o capital financeiro e o poderio político também que massacra a minoria e os explorados por esses países.

LENIN, VI. O imperialismo: etapa superior do capitalismo. Campinas, SP: FE/UNICAMP,2011.


MONIZ BANDEIRA, Luis.Estado nacional e político na América Latina. Capítulo XII.Brasilia: UNB.

Primeiro de Maio é estratégico para mobilizar o povo e superar a crise

O cenário de completo desmonte do país e de ataques sistemáticos à classe trabalhadora, agravado no governo Bolsonaro, impõe a necessidade de mobilização por mudanças urgentes. Neste sentido, o Dia Internacional dos Trabalhadores ganha maior importância, para além de seu significado histórico. É momento propício para denunciar a gravidade da situação, marcada pela fome, miséria, […]

Primeiro de Maio é estratégico para mobilizar o povo e superar a crise

Lei Berenice Piana

Lei n° 12.764 de 27 de Dezembro de 2012.

Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e estabelece diretrizes para sua consecução.

O que é TEA?

Transtorno do Espectro Autista é a dificuldade no relacionamento social caracterizado pela dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.

Quais são as diretrizes?

A intersetorialidade no desenvolvimento das ações e das políticas e no atendimento à pessoa com transtorno do Espectro Autista.A participação da comunidade na formulação de política públicas voltadas para as pessoas com transtorno do Espectro Autista e o controle social da sua implantação, acompanhamento e avaliação.A atenção integral às necessidades de saúde da pessoa com transtorno do Espectro Autista, objetivando o diagnóstico precoce,o atendimento multiprofissional (equipe multidisciplinar – Terapeutas Ocupacionais,Neuro,Pediatra,Professores, Psicólogos, Fonoaudiólogos e outros) e o acesso a medicamentos e nutrientes.O estímulo a inserção da pessoa com TEA no mercado de trabalho considerando as indicações do Estatuto da Criança e do Adolescente -ECA.A responsabilidade do poder público quanto à informação pública relativa ao transtorno e suas implicações.O incentivo à pesquisa científica,com prioridade para estudos epidemiológicos tendentes a dimensionar a magnitude e as características do problema relativo ao transtorno do Espectro Autista no país.

E os direitos?

A vida digna ,a integridade física e moral,o livre desenvolvimento da personalidade,a segurança e o lazer.A proteção contra qualquer forma de abuso e exploração.O acesso a ações e serviços de saúde,com vista à atenção às suas necessidades de saúde:o diagnóstico precoce,equipe multiprofissional,a nutrição adequada e a terapia nutricional ,os medicamentos, informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento.Acesso a educação,a moradia,ao mercado de trabalho,a previdência social e à assistência social.

Quem é Berenice Piana?

É mãe,tem três filhos e militante brasileira.Seu filho caçula é autista e vendo as dificuldades que encontrou,encontrou resistência para lutar por seu filho e filhos de mães que assim como ela,buscavam a acessibilidade e atendimento a todos serviços sociais e profissionais que atendessem as diferentes esferas e promovesse a inclusão além das informações que devem ser dialogada s com pessoas de conduta típica.

Dica de filme sobre o tema: Mary e Max – Uma amizade diferente.

Dica de série – Atypical

Dica de livro – O cérebro autista.Pensando através do Autismo.

Descrição

Resenha da Editora

Conheça a vanguarda da ciência sobre o autismo.

Os primeiros diagnósticos de autismo datam de 1943, e, de início, os médicos não souberam ao certo que abordagem adotar. A origem daqueles comportamentos atípicos seria biológica ou psicológica? Tais comportamentos eram o que aquelas crianças haviam trazido ao mundo? Ou teria sido o mundo que os instilara nelas? O autismo era fruto da natureza ou da criação?

Atualmente, estima-se que cerca de 1% da população mundial seja portadora do transtorno do espectro autista, o que faz com que o tema seja cada vez mais conhecido e discutido. Os estudos da área também se transformaram nos últimos anos: passaram da psicologia à neurologia e à genética. E, graças a novas pesquisas revolucionárias sobre causas e tratamentos, há cada vez mais esperança. Em O cérebro autista, Temple Grandin apresenta, com Richard Panek, a vanguarda da ciência sobre o tema.

Ao mesclar importantes e surpreendentes descobertas com a sua própria experiência como autista, Temple Grandin evidencia os avanços científicos na área. Somos apresentados a cientistas e estudiosos que exploram teorias inovadoras sobre as causas do autismo. Além disso, a autora compartilha suas ressonâncias cerebrais para mostrar quais anomalias podem explicar os sintomas mais simples, e destaca transtornos sensoriais frequentemente desconhecidos.

Segundo Grandin, pais, professores e terapeutas devem evitar se prender a rótulos. Ela argumenta que a educação de crianças autistas não deve se centrar apenas em suas fraquezas: estudos revelam que elas têm pontos fortes por muito tempo ignorados, sendo capazes de multiplicar as formas de aproveitamento de suas contribuições únicas. Em O cérebro autista, somos apresentados ao poder transformador de tratar o autismo por meio de cada um dos seus sintomas, em vez de agrupá-los todos sob o mesmo diagnóstico.

Dos “Aspies” (portadores da Síndrome de Asperger) do Vale do Silício até uma criança não verbal, Temple Grandin compreende o real significado da palavra “espectro”, o que faz deste livro uma leitura essencial sobre o autismo.”

Sobre o Autor

Temple Grandin é autista e revolucionou as práticas de tratamento de animais em fazendas e abatedouros. Ph.D. em zootecnia, é professora de ciência animal na Colorado State University e autora de best-sellers que já somaram mais de 1 milhão de exemplares vendidos. O filme da HBO Temple Grandin, baseado em sua vida, recebeu sete Emmys, incluindo os de melhor filme para televisão e de melhor atriz para Claire Danes, que também ganhou o Globo de Ouro ao interpretar Grandin.

Richard Panek é jornalista e escritor premiado, autor de The 4 Percent Universe e ganhador de um prêmio de reconhecimento na área de escrita científica pela John Simon Guggenheim Memorial Foundation, tendo sido traduzido para mais de quinze idiomas.”

https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/transtorno-do-espectro-autista-tea/amp/

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Berenice_Piana

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm

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